O fim do RH tradicional

Acho que já falei sobre este assunto antes, mas é sempre bom relembrar, ainda mais com dados novos. O fim do RH tradicional já chegou em muitas organizações e as pessoas nem sentiram falta dele. Aqui no Brasil ainda teimaremos em chamar Departamento Pessoal, aquele que cuida de salários e toda a parafernália oriunda das leis trabalhistas e sindicatos, em RH. Mas ele já morreu amigos, acreditem.

o-fim-do-rh-tradicional Imagem: Freepik

E ele acabou por um simples motivo, na verdade simples para quem acredita nisso, todo e qualquer líder é um RH. Explico: a principal função de um profissional que lida com pessoas é escutá-las, encontrar caminhos para seu melhor desenvolvimento, ser ferramenta primordial na gestão de conflitos pessoais, ser agente permanente de promoção de integração da Vida Pessoal e da Vida Profissional do funcionário. Também é preciso orientar e até ajudar o funcionário a sair do emprego que está naquele momento para o bem dele e, claro, da empresa. Outra função importante é buscar encaixar peças de acordo com as competências técnicas e emocionais e eu poderia ficar aqui um dia e meio falando de mais atribuições.

Só que, isso tudo aí, juntamente com trazer sempre o melhor resultado possível financeiro para a empresa, é a função que era exercida antigamente apenas e tão somente pela grande estrela do time, o CEO ou Presidente, como queiram chamar. Hoje, no meu ponto de vista, é uma função essencial para todos que exercem algum nível de liderança nas empresas. TODOS! Um líder que fica focado apenas e tão somente na parte técnica está fadado ao fracasso. Para ser líder tem que buscar o melhor do time. E quando digo o melhor não é tirando cada gota de suor destes seres humanos.

Fui um executivo de RH, encantado com tudo o que vinha de novidade do mundo externo da empresa que trabalhava. E quando voltava à realidade o que eu ouvia era exatamente o que meus colegas de profissão também ouviam. Algo tipo: “já vem você com esta ideia para motivar as pessoas, isso só gera custo!”. Que atire a primeira pedra quem nunca ouviu isso? Bem familiar, não é amigos? Pois bem, por isso afirmo aqui e isso não é algo que saiu da minha cabeça, hoje todos os líderes de qualquer empresa, qualquer uma mesmo, devem ser um especialistas em RH, digo, em gestão de pessoas e talentos. Se não for, vai virar liderado de alguém muito mais competente emocionalmente.

Para os que ainda defendem a bandeira “RHiana” digo, não existe mais aquele negócio de “on size fits all”. Algo igual para todo mundo? Esquece, já era! Soluções agora devem ser customizadas, uma para cada funcionário. Por isso a impossibilidade de uma e apenas um setor de RH. As necessidades são diferentes para cada grupo de pessoas, até porque, pasmem, SOMOS DIFERENTES!

Não existe mais comprar sistemas que são caros demais para fazer avaliação de desempenho. Não existe mais reuniões semestrais de feedback, fazer executivos que se vestem de líderes para perderem, às vezes, um final de semana inteiro ou um mês inteiro gerando relatórios. Grandes empresas que vendiam isso já pararam de fazer para elas próprias.

Hoje o que temos que fazer é cada líder ser um gestor de pessoas e fazer o que deve ser feito, utilizando a regra de ouro da ONU: “não faça com o outro o que você não gostaria que fizessem a você”. Feedback já era, hoje uma empresa de Papel e Celulose já utiliza o Feedforward. Isso mesmo, o que passou já era! Vamos pensar para frente e como fazer melhor. Trabalhar com algo que falo muito aqui, PROPÓSITO, tanto o profissional, quanto a empresa. Agora te pergunto, você concorda ou não que o RH morreu?