Sim, nos enganamos com frequência

Semana passada comecei lançando uma afirmação que chocou alguns dos meus leitores assíduos. A verdade, às vezes, dói mesmo, amigos. Esta semana trago mais uma afirmação baseada em dados colhidos por mim em minha pesquisa. Não conseguimos separar nossa vida pessoal da profissional.

Isso mesmo, e não adianta sair por aí falando que consegue, e tudo mais, de maneira tranquila. Os dados levantados na minha pesquisa apontam que 70,93% dos entrevistados não conseguem fazer esta separação. Um dado bem relevante para um universo de pesquisados, sendo que esta visão se agrava ainda mais com os expatriados. Sim! E acho que é bem óbvio porque está mais presente neles, não é mesmo?

nos-enganamos-com-frequencia Imagem: Freepik

Mas este é o problema… Quanto mais estamos enfurnados nas nossas prioridades do trabalho, mais tudo o que está à volta se torna chato, desinteressante e desagradável. Até aqueles amigos muito bons de papo começam a ficar chatos e monótonos, por quê? Porque seus assuntos são muito mais relevantes e estrategicamente muito mais inteligentes que de uma roda qualquer de diversão de final de semana. Arrogância e Ego começando a vencer uma batalha silenciosa.

No “C” level das organizações isso é ainda mais notório, visto que o consumo exagerado do tempo destes “líderes” se dá de maneira muito mais avassaladora. Tempo para eles não é vida, tempo é sinônimo de…? Isso mesmo, Dinheiro!

Quando cheguei à análise final da pesquisa, muita coisa começou a fazer sentido com colegas que eu tinha na empresa e pares de outras organizações. Amigos que estavam em ascensão na carreira e miravam algo inatingível, mas não podiam parar de correr. Até porque, os que os lideram nesta fase sempre dizem que “no pain, no gain” (sem dor não tem recompensa).

Será mesmo? Começamos muito cedo a ser forjado em uma linha quase que obrigatória. Isso nos dá exemplo para fazermos o mesmo com os que um dia serão nossos liderados. Mas aí chegam as novas gerações e nos enchem de esperança! Até porque 29,07% dizem que sim, separam completamente a vida pessoal da profissional. Ou seja, eles conseguem fazer o que seria o ideal, integrar e ser a mesma pessoa sem a utilização de máscaras que nos faz perder a identidade.

Apenas uma coisa, esta turma aí é da geração Millenium, geração que está revolucionando o mercado de trabalho e trazendo novos conceitos para tornar a integração de vida Pessoal e Profissional possível. Tenho expectativa que jovens da geração T irão encontrar um mercado de trabalho completamente diferente do que vivemos hoje, e aí estes números se reverterão de significativamente. O tempo será muito mais valorizado do que dinheiro. Tempo será VIDA!